sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Troia é um Shopping

«Tróia é um 'shopping'»
A Sonae avança já em Outubro com a construção da marina

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O novo rosto de Tróia: a marina vai ter apartamentos assinados por Manuel Salgado e uma área de esplanadas
APÓS as demolições, a ordem é construir. A Sonae vai avançar já em Outubro com as primeiras obras do TróiaResort: a construção da marina e os seus 78 apartamentos turísticos, desenhados pelo arquitecto Manuel Salgado, além da zona de esplanadas e restaurantes que irá animar a área. Em paralelo, começarão a construir-se os 211 apartamentos junto à praia, assinados por Santos Machado e o americano Pablo Laguarda. A marina, com capacidade para 184 amarrações, ficará concluída no segundo semestre de 2006 e o custo previsto é de €8 milhões. Em Outubro será concretizada a aquisição pela Sonae dos dois «ferry» e dois navios de passageiros, por €28 milhões, para assegurar as ligações fluviais a Tróia.

O grupo de Belmiro de Azevedo continua a negociar parcerias, com portugueses e estrangeiros, para os cinco hotéis contemplados no TróiaResort. «Nós olhamos Tróia como um ‘shopping center’», frisa Henrique Montelobo, administrador da Sonae Turismo, defendendo a necessidade de «ancorar o ‘resort’ em ‘brandings’ com força no mercado internacional, tal como faz um ‘shopping’ com as marcas reconhecidas. Não é indiferente fazer um ‘resort’ virado para fora ou para dentro». Até ao momento, a única aliança firmada é com o grupo Amorim, que vai investir €100 milhões num hotel, casino e centro de conferências.

«Queremos marcas e temos vontade de pôr os hotéis nas mãos de quem os sabe explorar. Mas poderemos ficar com dois dos hotéis», adianta Rui D’Ávila, administrador da Sonae Turismo. Em Abril de 2006, os hotéis que funcionam nas torres Rosamar e Magnólia Mar vão ser alvo de obras de «embelezamento» que os tornarão num conjunto turístico. Será criada uma galeria de ligação entre os dois edifícios, que passam a beneficiar de recepção comum, Spa, piscina exterior, jardins, bares e estacionamentos, além de um acesso pedonal à praia. «Será um ‘mini-resort’ dentro do ‘resort’, com uma localização excepcional», promete Montelobo, acreditando que assim «será mais fácil arranjar um parceiro para estes hotéis». A traça das torres será mantida. «São peças do arquitecto Conceição Silva, e entendemos que valorizam Tróia», afirma. Já a torre que irá albergar o hotel do grupo Amorim é, para o administrador da Sonae, «um mamarracho que sofreu múltiplas intervenções».

Estas obras irão avançar na zona da UNOP 1. «O investimento no imediato é de €130 milhões, sem contar os apartamentos», adianta Montelobo. A Sonae acredita que após a «cangalhada burocrática» que rodeou Tróia, o Governo irá ratificar até ao final do ano os planos da UNOP 2, para poder avançar com a construção do lago artificial e das 90 moradias turísticas. Nesta expectativa, foi lançado este mês um concurso de ideias junto de seis ateliês de arquitectura.

Montelobo defende que as âncoras do TróiaResort deverão ser turismo residencial, de congressos e sobretudo o golfe. Na região, só existe um campo. «É preciso que apareçam ali mais 5 ou 7 campos. Sem o golfe, a capacidade hoteleira terá dificuldade em ser economicamente viável», sustenta. Na área sul do concelho de Grândola, já há luz-verde para dois novos campos: na Herdade do Pinheirinho (promotora Pelicano) e na CostaTerra, dos suíços da Volkart. O Grupo Espírito Santo também tem na mira 3 ou 4 campos. Salientando que «não há muitas Tróias no país ou na Europa», Montelobo lembra que as demolições não se ficaram pela implosão das torres: «Vamos demolir 40% do que estava edificado».

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