terça-feira, 17 de julho de 2007

Uma breve história sobre os roazes do sado

Têm um comprimento médio de 3 m, coloração cinzenta, quase negra na face dorsal; flancos de tonalidade uniforme, cabeça nitidamente arredondada terminando num bico mais curto do que o das espécies seguintes, a barbatana dorsal, côncava no seu bordo posterior fica situada aproximadamente no meio do corpo. Os roazes vivem 30-40 anos. As fêmeas são mais pequenas que os machos e atingem a maturação sexual antes (entre 5 e os 12 anos e cerca de 10-12 anos, os machos). Quanto ao sistema de acasalamento, pouco se sabe, no entanto não parece tratar-se monorgânico. O período de gestação é de cerca de um ano. As fêmeas dão á luz uma cria em cada 2 ou 3 anos. Durante cerca de 18 meses as crias são amamentadas pelas mães. Desde há muitos anos que vivem golfinhos no estuário do sado e no litoral de tróia e da arrábida. Porque vivem ali durante todo o ano a população de golfinhos diz-se residente. Esta população é um dos poucos exemplos existentes na europa. Os pescadores chamam roaz a esta espécie de golfinho, que quer dizer o peixe que rói as redes. Os roazes ao roubarem o peixe preso nas redes, fazem um grande buraco nestas. Em tempos o numero de roazes atingia as largas dezenas, com o passar dos anos este número tem vindo a decrescer, desconhecendo-se a razão. Em 1994 foi iniciado um programa de monitorização da população de roazes. Todos os meses uma equipa saía para observar os golfinhos, fotografando-os (processo de fotoidentificação) de modo a criar um álbum de família visto que cada roaz tem uma barbatana dorsal característica e diferente da de todos os outros. As crias permanecem junto da mãe entre 3 a 6 anos. Ao longo dos últimos 4 anos a população de roazes manteve-se nos 30 efectivos, trata-se duma população pequena e vulnerável. Os roazes desta população dividem-se em dois grupos: o grupo das crias onde se encontram as mães, os jovens e alguns adultos e o grupo dos vadios constituído por um pequeno número de adultos que nem sempre acompanha os outros. Por vezes os golfinhos dão á costa podendo ser encontrados nas praias a isto chama-se arrojamento, depois há que verificar se é um golfinho ou um roaz. Para isso há que verificar a barbatana dorsal e compará-la com o álbum de família. Quando os roazes morrem de barriga cheia é possível conhecer a sua alimentação através das presa ingeridas. A moralidade e natalidade de roazes registadas desde 1994 explicam o não crescimento da população. As causas de morte e de infertilidade destes golfinhos estão ainda por esclarecer. No entanto associa-se á degradação do Estuário do Sado, pela poluição e pesca ilegal.

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