Lapa do Médico - Lapas e Grutas na Arrábida
Lapa do Médico
Esta lapa é uma verdadeira maravilha da natureza, descoberta por um pastor em 1856 ou 1857.
É uma gruta subterrânea, onde se admiram belas estalactites e estalagmites.
Como se sabe estalactite é a concreção calcária formada na abóbada dos subterrâneos pela infiltração lenta das águas e estalagmite a formada no solo.
Na do Médico, logo à entrada nos aparece como que uma mitra de bispo e ao fundo, colunas dando um aspecto fantástico.
Apesar de descoberta por um pastor, é conhecida por «Lapa do Médico» por ali ter habitado, por algum tempo, um médico de quem se ignora o nome.
A Lapa fica no atalho que da porta do Carro segue ao chafariz do Solitário, passando-se as ruínas da capela de S. Paulo e atravessando-se o Vale da mesma denominação.
Manuel Maria Portela, em folhetim, no nº 218 da «Gazeta Setubalense», de 27 de Junho de 1873, referindo-se a esta Lapa, escreveu: «El logar eminente, e não distante do vale que chamam da Mata Coberta, por ser de espessura impenetrável aos raios de sol, vêm-se ainda os restos da parede que resguardam o concavo da rocha onde habitou um médico, do qual a tradição nos refere apenas que foi notável pelos seus conhecimentos científicos, e que ali se recolheu, depois de haver percorrido vários países em dilatadas viagens.
A Lapa do Médico tem na parte inferior um vasto subterrâneo que produz verdadeiro assombro.
A entrada é perpendicular e apresenta no começo uma pequena área quási circular donde partem duas compridas galerias em que brilhando pirâmides e colunas de estalactites, ostentam formas singulares.
O tecto da gruta é coberto de saliencias cristalisadas.
Foi surpreendente o efeito que senti entrando pela primeira vez nêste recinto alumiado pelas luzes dos brandões, que lhe davam maravilhoso, impossível de descrever.
O pavimento subterrâneo da Lapa do Médico foi casualmente descoberto no ano de 1856 ou 1857 por um pastor e por mais dois individuos que com ele estavam, destacando por meio da fôrça uma pequena pedra, e atraidos pelo som que haviam percebido vir debaixo dele quando tocado com o cajado, cuja extremidade era revestida de ferro
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